Olhe para o seu closet, quantas blusas você tem? Quantas calças, shorts, saias? Casacos? Certamente, você tem mais do que precisa. Já parou para pensar se usa tudo isso de fato? Imagine, então, que agora você só tem 50 peças e só tem elas para serem usadas. Parece impressionante e difícil, mas duas mulheres criaram o desafio 50DC, o Fifty Days Fifty Clothes, que consiste em se comprometer a viver com 50 peças de roupas já existentes no armário em 50 dias, e estão nos inspirando.
Lívia Valério e Caroline Liserra, ambas coaches e empreendedoras, propuseram o desafio a elas mesmas com a ajuda de uma Consultora de Imagem e Estilo e também Beauty Coach, a Monique Mazelo. “Ela foi convidada para acompanhar o projeto, nos orientou na definição das peças, a entendermos qual o nosso estilo, deu dicas que foram fundamentais para iniciarmos o desafio e passarmos os 50 dias com estilo, elegância e praticidade”, conta Lívia, que possuía mais de 400 peças. “O restante das peças, que não serão usadas nesse ciclo de 50 dias, foram para a doação, outras irão para um bazar beneficente e a outra parte ficará para serem usadas nos próximos ciclos de 50, de acordo com a estação, por exemplo”, completa Caroline.
Levando em conta o conceito minimalista e o armário cápsula para a criação do desafio, as técnicas utilizadas são de coaching e organização da personal organizer. “Postamos nas nossas redes sociais todos os dias os nossos looks, para comprovar que é possível se vestir bem e com poucas peças, quando se tem um direcionamento e um objetivo”, diz Lívia. Assim, elas perceberam que aliando as técnicas de coaching, para identificar e trabalhar a origem desse consumismo e as causas emocionais que acarretavam, às de organização do personal organizer, poderiam viver um novo estilo de vida. “Nós somos amigas e trabalhamos juntas, realizando treinamentos voltados para mulheres. Com isso, identificamos algo em comum: a compulsão por comprar. E nunca estávamos satisfeitas com o que tínhamos”, revelam.
Tudo começou quando Caroline identificou em si mesma o consumismo e isso levou a diversas tentativas de comprar menos. Não obtendo sucesso, percebeu que só conseguiria uma mudança de comportamento quando houvesse comprometimento de mudança. Foi quando se uniu à Lívia, que tinha a mesma compulsão. “Ela, além da compulsão, acumulava também, por questões emocionais ou por sentir um vazio”, conta Caroline.
Para quem quer adotar o desafio, elas dão as dicas:
- Identificar que esse consumo excessivo é disfuncional na sua vida.
- Decidir se desprender das questões materiais, e entender o seu momento para dar o primeiro passo.
- Ter a noção, percepção de si mesma. Aquilo lhe faz mal e atrapalha em várias áreas com gasto de energia, dinheiro e tempo e altera suas emoções e seus sentimentos.
- Buscar entender e conhecer o seu estilo. Se achar necessário, buscar uma ajuda profissional, tanto para se desfazer dos objetos quanto para organizá-los.
Para a consultora de Estilo e Imagem Monique Masello: ”As principais peças são aquelas que você mais usa. Ou seja, blusas, vestidos, bermudas, calças, saias, além de sapatos e bolsas, preferencialmente em cores mais neutras. Claro que, se você souber quais cores valorizam seu look, será ainda melhor”, orienta – e completa: “Como o número de peças é reduzido a apenas 50, saber seu estilo é um ponto de partida para definir quais serão as peças-chave que farão parte do guarda-roupa”.
O desafio tem trazido uma mudança para as duas. Lívia diz que seu desespero por comprar algo exposto na vitrine não existe mais: “Despertou em mim um entendimento sobre o consumo consciente, não só de roupas, mas de tudo que consumo na minha vida, o que era compulsivo e o porquê. Isso acabou refletindo de forma positiva em várias áreas da minha vida e estimulando ainda mais esse processo que vivo de autoconhecimento e amor próprio”. Já para Caroline, viver com 50 peças resultou em concentração: “Eu me concentro mais nas atividades que realmente preciso produzir. E também notei a melhora da facilidade em planejar o dia seguinte”.
Mas ambas têm um resultado em comum: o tempo. “Me arrumo muito mais rápido, não me atraso mais como antes. Não gasto energia pensando na roupa que vou usar. Meu armário não está mais entulhado, consigo visualizar tudo que tenho”, conta Lívia. E Caroline concorda, acrescentando: “Agora eu tenho muito mais tempo para me vestir, é mais simples”.