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Entrevista: Chico Abreu

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Chico Abreu no lançamento de seu livro | Foto: Divulgação

 

Chiquititas fez um grande sucesso nos anos 1990, não é à toa que voltou ao ar. Entre os personagens marcantes da telenovela, muitos fãs se lembram do Tatu, personagem de Francisco Abreu.

Hoje com 30 anos, a vida de Chico ficou ainda mais entrelaçada às tramas das crianças e adolescentes. Acabou de lançar um livro infantil pela editora Terceiro Nome, chamado “João, o menino mais rico do mundo” e tem uma ONG chamada Amaramar.

Conversamos com ele para saber um pouco sobre seus projetos e a sua forte relação com o bairro. Confira:

 

Qual a temática do seu livro?

O livro conta a história de João, um menino, catador de papel, que morria de vontade de ter um pai e, não tendo, decidiu escolher o seu! João tem o talento de roubar as horas do tempo e enxergar cores onde aparentemente não existia. Com o olhar reciclado, em tudo ele vê sentido. Parece até um pouco distraído (para quem vê de fora), mas é tão atento que percebe as mensagens nas coisas mais simples e assim vai colhendo presentes e distribuindo fortunas por onde passa. O livro revela por que ele é o menino mais rico do mundo.Parece história para crianças, mas é tão sério o que ele diz que o que mais vi foi gente grande chorar durante as apresentações nas quais estive presente. A simplicidade tem dessas coisas, faz a gente se emocionar por ser tão bonita e simples.

 

Como surgiu a ideia de fazer um livro? Sempre gostou de literatura?

Eu cresci lendo livros que até hoje me emocionam, como “A bonequinha preta”, “O joelho Juvenal”, “Lúcia-já-vou-indo”. Cada livro era uma emoção inesquecível. Meu pai escreve muito bem e assim descobri meu gosto por escrever também, mas foi mais por via do teatro que da literatura. O livro mesmo nasceu de um texto teatral que escrevi em São Paulo (dirigido pela Bete Rodrigues – Quintal da Cultura, da TV Cultura). Na peça, um rapaz entra no teatro para catar papel pra reciclar e aproveita para contar sua história. É assim, num dedinho de prosa carinhoso e intimista, que João vai cativando crianças e emocionando adultos. O sucesso do espetáculo foi tão grande que resolvi adaptar para livro, afim de que a mensagem se espalhasse pelas escolas e ganhasse mais amplitude, atingindo mais pessoas.

 

Você trabalhou em “Chiquititas” e por isso esteve muito envolto em temáticas infantis. Participa de algum projeto de incentivo à leitura para as crianças?

Eu comecei a trabalhar com teatro aos 9 anos em BH, depois fui fazer as Chiquititas, em Buenos Aires, e em São Paulo comecei a produzir meus espetáculos, mas eu só reparei que eu tinha uma missão com a criançada aqui no Rio de Janeiro. Notei que esses 20 anos de carreira sempre envolveram a infância, e hoje me dedico inteiramente a isso, porque eu tenho um verdadeiro amor por elas. As crianças são nossos maiores mestres, de verdade! São destemidos, espontâneos, francos, livres, talentosos, inventivos. Tive essa compreensão, principalmente, com a abertura da Casa de Cultura Amaramar, ONG que abrimos, minha esposa e eu, em colaboração com artistas amorosos da região. Começamos assim: com a leitura compartilhada de livros, além de música, teatro, desenho, jardinagem… Hoje a ONG está sendo aberta legalmente, foi reconhecida como uma Ação local pelo Estado e indicada pelo Consulado Americano para defender o tema “A conservação da criança e do adolescente num território de paz”, num congresso mundial que acontece ano que vem nos Estados Unidos.  Além da ONG, trouxemos a produtora de São Paulo repaginada, em versão praiana-descolada (risos), com uma série de eventos, espetáculos e atividades voltadas à Cultura Infância.

 

Acha que na região encontramos muitas opções culturais voltadas para a literatura?

Acho que a região não tem identidade cultural ainda. O que, olhando do ponto de vista do João, nosso menino mais rico, é uma excelente oportunidade para todos nós que pensamos e realizamos a cultura. Mas há dois lugares que tenho carinho pela integridade de suas programações: o Museu de Arte Popular e a Cidade das Artes. São voltados à arte em geral, mas inspiram a literatura, inclusive. Entretanto, ainda é muito pouco para tanta gente fina, elegante e sincera, por isso trabalhamos todos os dias para consolidar uma programação cultural efetiva na região e dialogar com esse belo crescimento. Se você é um empresário ou um investidor que acredita e compartilha essas ideias, entre em contato conosco!

 

Qual é a sua relação com o bairro?

Moro no Recreio há 3 anos e o que mais me chamou a atenção quando cheguei, além da beleza natural e a velocidade dos carros, foi a enorme quantidade de jovens famílias com crianças na região e a escassez de conteúdos pulsantes, criativos e potencializadores para estas crianças (principalmente na Barra e Recreio). Estou falando de atividades, espetáculos, mostras que trouxessem conhecimento, liberdade de expressão, imaginação, coisas que em São Paulo havia em abundância. Então primeiro eu senti um vazio, mas entendi por que eu estava aqui. Ora, viemos preencher essa lacuna!

Para o segundo semestre, por exemplo, vem vindo um festival maneiríssimo de música, diversão e arte. Para o ano que vem, um espetáculo muito massa e emocionante chamado “Amigos para Sempre” e para agora quem está chegando junto com o livro, aqui na Zona Oeste, é João e seu carrinho mágico de catar papel. Estamos fazendo um contato direto com as escolas do Recreio, Barra e Jacarepaguá para o agendamento do espetáculo nas escolas durante esse segundo semestre. Se você tem uma escola ou quer que o espetáculo vá até a sua, entre em contato pelo e-mail fortunaefelicidade@gmail.com que ainda dá tempo. Também tem um projeto lindo chamado Musicolando com ElbangoBango que traz vivências cênicas sobre o mundo da música, visitando gêneros e artistas que fizeram história – igualmente apresentado na região.

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