A moradora do Recreio Maíra Ferreira, 25 anos, estuda Letras na UFRJ e sempre foi, em sua essência, uma escritora. Ano passado, ela estreou no mercado com “A Primeira Morte”, segundo ela, o primeiro de muitos livros que lançará. Embora otimista, ela reconhece alguns percalços enfrentados pelos jovens escritores.
Como foi o processo de criação deste seu primeiro livro?
Como o livro é de poesia, eu fui escrevendo sem ter plena consciência de que aquilo iria se tornar um livro. Só depois de um tempo é que percebi que existia uma coesão entre todos os poemas. Aí, comecei a trabalhar em cima dessa ideia.
Você sempre quis ser escritora?
Escrevia historinhas quando criança, poemas adolescentes, contos. Não posso dizer que tenha sido uma decisão consciente, já que a escrita sempre existiu pra mim.
O que uma pessoa precisa fazer para seguir a profissão?
Escrever. Existem cursos e faculdades, mas não sei até que ponto eles têm alguma eficácia. Acho que o fundamental é ler e escrever.
Atualmente, no Brasil, dá para se manter como escritora?
De poesia, acho difícil. Talvez essa seja uma possibilidade quando se fala em gêneros mais comerciais, cujo mercado é maior. Bem ou mal, as pessoas ainda nutrem uma impressão meio mofada a respeito da poesia, o que é uma pena. Eu até acredito que o público vem aumentando, agora que os próprios jovens estão descobrindo Leminski e Ana Cristina César, mas ainda é insuficiente quando o assunto é sobreviver de literatura.
Qual é a sua relação com o Recreio?
A calma que o Recreio transmite, a possibilidade de acordar com pássaro cantando e som das árvores, é certamente fundamental pro meu processo de escrita.