Autora dos livros “As coisas não são bem assim” e “Contra todas as probabilidades”, a autora Renata R. Corrêa veio de Uberlândia – onde mora – para participar da Bienal do Livro no Rio de Janeiro. De origem humilde, Renata conseguiu passar em terceiro lugar para a faculdade de Medicina na Universidade Federal de Uberlândia e atravessou diversos problemas de saúde ao engravidar de gêmeos, enfrentando o risco de morte e dando a volta por cima.
Presente na Bienal pela primeira vez, a autora conta nessa entrevista onde encontra a motivação para escrever e quais são as maiores dificuldades em trabalhar com literatura no Brasil. Confira:
Como e quando você começou a escrever?
Comecei bem nova, por volta dos 13 anos. Escrevia poemas, depois passei a escrever contos e há 3 anos escrevi meu primeiro romance, “Contra todas as probabilidades”, que publiquei de forma independente em ebook na Amazon em novembro de 2016. Acredito que o gosto pela leitura foi o que despertou em mim a vontade de escrever, apesar de também acreditar que isso seja um dom.
Quais são os maiores desafios de ser escritora no Brasil?
O mercado literário brasileiro ainda é muito tímido se comparado a outros países, e é muito fechado a autores novos. Ainda mais depois da crise econômica que estamos vivendo, a maior parte das editoras não quer arriscar apostando em autores desconhecidos de um grande público. Aqui no Brasil, nós temos que travar uma batalha por dia para sermos vistos e irmos aos poucos conseguindo público leitor e visibilidade pelo mercado literário. Costumo dizer que é uma profissão muito solitária e árdua. Mas as pequenas conquistas são recompensadoras. Os blogs literários têm ajudado muito a divulgar novos autores nacionais e esse apoio tem sido de extrema importância para mim e tantos outros autores novos no mercado e também aqueles independentes.
Que conselhos daria para os escritores iniciantes?
Nunca desista! Porque certamente em muitos momentos você se sentirá desanimado, mas só com persistência e constância no nosso trabalho é que construiremos uma carreira sólida. Se você escreveu um livro e não está conseguindo uma editora para publicá-lo, publique-se de forma independente. A publicação de um ebook é super simples e fica barata para quem está começando, além de ser uma ótima oportunidade para apresentar seu trabalho ao público.
O que mais te inspira e te motiva durante o processo de escrita?
A vida real. O cotidiano das pessoas, as relações de amizade, afeto, amor, os desafios da transição para a vida adulta. Também filmes e livros são inspirações para eu compor meus personagens e histórias. Minhas histórias são voltadas para o público New Adult, que são jovens de 18 a 30-35 anos, que se reconhecerão nos dramas vividos pelos personagens, nos seus sonhos e lutas. Procuro sempre transmitir uma mensagem de esperança aos leitores. “As coisas não são bem assim”, meu novo romance publicado pela editora Pandorga, fala muito de esperança, recomeços e crença na vida e no poder do amor.
Como foi a experiência de estar presente em um evento tão marcante como a Bienal do livro?
Foi incrível! Eu sempre quis participar de uma Bienal. Por morar no interior, nunca tinha tido a oportunidade, mas já na minha primeira vez tive a satisfação de estar como autora. É um evento maravilhoso e enorme. Foi muito gostoso estar perto dos meus fãs, de blogueiros, do pessoal da própria editora, que eu só conhecia virtualmente, e da imprensa. Se Deus quiser, ainda estarei em muitas outras edições e cada vez mais conhecida pelo público, levando minhas histórias e mensagens de esperança a cada vez mais pessoas.