Casos de agressão em festas por pitboys estão frequentes na região. Em 10 de setembro, mais um jovem foi vítima da gangue: Uhane Barthel, de 22 anos. O estudante de Engenharia da PUC-Rio teria ido a uma festa em Vargem Grande e foi abordado repentinamente por um grupo de jovens que o atacaram. O jovem segue internado no Hospital Samaritano, com várias fraturas na face e precisando, inclusive, realizar uma cirurgia.
“Foi uma festinha que acabava cedo em Vargem Grande, em um sítio. Acabava cedo, por volta das 22h. A rua era estreita e meu carro estava bem em frente ao lugar, eu saí só com um amigo porque daria carona a ele. E, quando saí, já vi que tinha um carro parado obstruindo a rua com apenas um moleque do lado de fora. Eu tirei o meu carro da vaga e, assim como outro, eu fiquei preso”, conta o jovem, que também é morador do Recreio dos Bandeirantes.
Uhane conta ainda que o único agressor cujo rosto ele lembra é esse que estava ao lado do carro. Segundo ele, ao entrar na porta de trás do carro, o jovem olhou para o carro de trás e fez um gesto obsceno com a mão.
“Esse grupo já tinha sido expulso por ter arrumado confusão lá dentro. Eu comecei a buzinar também porque já comecei a ficar irritado, passou um tempo e eu ainda travado não podendo ir embora. Pedi para encostarem o carro e esse rapaz que eu tinha visto lá fora já saiu do carro e veio em minha direção. Saí do carro também e começamos uma discussão, mas eu em momento algum xingando ou chamando para a agressão”, afirma o estudante.
O futuro engenheiro diz que a briga entre os dois durou pouco porque outras pessoas já avançaram para cima dele. Uhane diz não se lembrar de quantos estavam presentes e muito menos quem são, mas já conseguiu descobrir o grupo que está envolvido. “Depois eu não lembro de mais nada, só me recordo de estar de quatro, sem um sapato, e um amigo e mais duas pessoas que conseguiram afastar as pessoas de cima de mim.”
Segundo o advogado que cuida do caso, Felipe Caldeira, os agressores estão sendo mapeados. Os nomes, porém, devem ser mantidos em sigilo até que todos os pedidos sejam acolhidos para proteger as testemunhas.
“Existem diversos relatos e provas de crimes praticados por este grupo: falsificação de documentos, uso de armas, tráfico de drogas, ameaças, lesões corporais e organização criminosa. O caso parece ter incomodado a comunidade, que passou a ser bastante ativa não apenas na elucidação deste caso, mas na divulgação de outros episódios envolvendo este grupo de agressores”, conta o advogado.
Lutadores da região se mobilizam para levar mensagem de disciplina
Relatos afirmam que alguns integrantes do grupo são lutadores de academia que saem para festas na região com o único objetivo de causar confusão. A vítima está recebendo apoio de amigos e de colegas da academia onde pratica judô – academia que repudia essa atitude. Segundo Ricardo, um dos lutadores que treinam no espaço, os professores precisam se engajar e conversar com seus alunos sobre essas fatalidades:
“Isso é uma coisa que não tem cabimento no nosso mundo. Se você conversar com qualquer lutador de artes marciais, vai ver que eles repudiam esse tipo de atitude. São vândalos, são pessoas que não são condizentes com a disciplina”, conta Ricardo.