As tábuas de frios deixaram de ser apenas entradas improvisadas e se tornaram verdadeiras expressões da arte de receber bem. Mas montar uma boa tábua vai muito além de dispor frios e queijos: envolve técnica, equilíbrio de sabores, temperatura e, principalmente, intenção. E quando esse cuidado se soma à escolha de um bom vinho, a experiência ganha alma.
A construção de sabores e texturas
Uma tábua bem montada precisa respeitar o princípio da diversidade: sabores suaves e intensos, texturas cremosas e crocantes, ingredientes frescos e curados. O equilíbrio se constrói com contrastes. Por exemplo:
• Queijos de casca aveludada (como o brie ou camembert) combinam bem com geleias ou frutas frescas, como figos e uvas.
• Frios curados, como o presunto cru ou o salame, pedem elementos que limpem o paladar: brotos, pães neutros ou até uma burrata cremosa.
• Frutas secas, sementes e castanhas ajudam a dar crocância e um toque visual delicado à montagem.
Outro detalhe: ao contrário do que muitos pensam, não se deve servir os frios e queijos excessivamente gelados. O ideal é retirá-los da refrigeração cerca de 20 a 30 minutos antes de servir. Isso permite que os sabores se abram e as texturas fiquem mais agradáveis.
O papel do vinho na experiência
Para além da estética, a tábua convida ao convívio. E é nesse espírito que entra o vinho. Entre os diversos estilos possíveis, o Sangiovese uva italiana com personalidade versátil é uma escolha especialmente inteligente para harmonizar com esse tipo de proposta.
No caso do Fico Grande Romagna DOC, produzido na região da Emília-Romanha, o vinho entrega corpo médio, acidez equilibrada e notas de frutas vermelhas frescas. Isso faz dele um excelente par para:
• Queijos macios, como o brie, cuja untuosidade é cortada com leveza pela acidez do vinho.
• Presunto cru com frutas, onde o salgado e o doce encontram harmonia nas notas frutadas do Sangiovese.
• Carnes frias temperadas, como rosbife ou lombo, que são valorizadas pelos taninos suaves e o frescor desse tinto.
O Fico Grande é o tipo de vinho que não disputa protagonismo — ele acompanha, valoriza e acolhe os sabores da mesa. Ideal para quem deseja aprender sobre harmonização de forma intuitiva e prazerosa.
Uma prática cultural com raízes profundas
Montar uma tábua de frios e escolher um vinho para acompanhar pode parecer simples
No entanto, envolve um repertório cultural que remonta aos hábitos de convívio mediterrâneo. É, antes de tudo, um gesto de hospitalidade e refinamento do cotidiano. Quando feito com atenção aos detalhes, esse ritual transforma uma reunião casual em uma experiência memorável.
Mais do que seguir regras rígidas, o segredo está em explorar as possibilidades. Observar as reações, aprender com os contrastes e entender que, na cozinha e à mesa, a elegância está na simplicidade bem conduzida.
Sou Denise Capela,
chef de cuisine formada pelo Le Cordon Bleu, empreendedora, mentora e apaixonada por transformar refeições em experiências memoráveis.
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