— Pode-se dizer que o criador do Sítio Roberto Burle Marx viveu intensamente. Produziu, em quantidade e qualidade excepcionais, obras de arte das mais diversas naturezas: jardins, esculturas, pinturas, desenhos, gravuras, painéis de cerâmica, joias, cenários e figurinos, tapeçarias e muito mais. Além de colecionar plantas e obras de arte, Burle Marx soube como ninguém colecionar e cultivar amizades: os espaços do Sítio ecoam memórias de encontros, almoços, jantares e vivências dessa sua arte de reunir pessoas, afirma Claudia Maria Pinheiro, diretora do centro cultural.
Patrimônio Burle Marx
A partir de sua doação, em 1985, ao Governo Federal, o Centro Cultural Sítio Roberto Burle Marx tornou-se uma unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura.
O espaço, considerado um ótimo passeio para toda a família, oferece atividades culturais, como concertos musicais ao ar livre. Os jardins, como não poderia ser diferente, são o ponto alto da visita: ali estão mais de 3.500 espécies de plantas – uma coleção que Burle Marx começou aos seis anos de idade e que é considerada uma das mais importantes do planeta!
O sobrinho neto de Roberto Burle Marx, Augusto Frederico Burle Junior, recorda-se com carinho dos tempos em que frequentava o sítio e do convívio com o Marx. Sempre que chegava das suas viagens trazia novidades culinárias para o deleite de todos nós.
— Ia sempre, no mínimo, duas vezes por mês ao sítio. Sempre que chegava das suas viagens trazia novidades culinárias para o deleite de todos nós. Sinto muita falta do Roberto cantando acompanhado pela inesquecível Ana Cândida ao piano e também das suas engraçadas piadas. E, logicamente, do Roberto contando fatos da sua fabulosa carreira artística e da sua luta em defesa do meio ambiente.
Desde 1999, o museu expõe objetos de arte e artesanato, adquiridos ao longo da vida pelo artista. O acervo possui nada menos que 3.125 peças, incluindo as obras de Burle Marx, como as sacras barrocas em madeira, cerâmica primitivas pré-colombianas, cristais e vidros decorativos. Destaque também para a capela de Santo Antônio, uma construção do século XVII que foi restaurada e, aos domingos, recebe a comunidade para a missa.
A equipe do Museu é pequena, mas extremamente dedicada e competente, com profissionais de formações diversas, desde jardineiros especializados – muitos deles formados pelo próprio Burle Marx – a profissionais das áreas de biologia, engenharia agronômica e arquitetura.
As visitas podem ser agendadas pelo telefone 2410-1412 ou por meio do e-mail visitas.srbm@iphan.gov.br. Há guia trilíngue (português/ inglês / espanhol), e guias com formação em biologia. O ingresso inteiro custa R$ 10. Estudantes e maiores de 60 anos pagam meia entrada.