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Reumatologista confirma que pessoas sofrem com alterações climáticas

​Olá, hoje estamos aqui para conversar sobre uma grande dúvida, que beira todos os consultórios médicos. Há anos pacientes queixam-se de piora das dores “quando o tempo muda”, mas será que isso é mito ou verdade? Alguns se intitulam previsores do tempo…, senti “aquela” dor no meu joelho, o tempo vai mudar …, geralmente associado à queda da temperatura.

Vários estudos científicos buscam essa resposta há anos, mas a maioria deles está baseado em populações diferentes, em países com uma grande oscilação climática, com definições exatas das estações do ano baseadas em extremas mudanças de temperatura ambiente. A aplicabilidade desses dados à nossa realidade tropical é dificultada. Outro fator é que tais artigos científicos têm diversas metodologias, dificultando a comparação entre eles.
Mas na prática, isso procede?

Reumatologista no Recreio - Sônia Isabella
Reumatologista Isabella Coutinho considera fundamental continuar valorizando as queixas dos pacientes e buscar incansavelmente aliviar sua dor,

Desde o início de minha graduação ouvia de meus mestres, que de uma boa anamnese sairia 80% de meu diagnóstico, bastando-nos, médicos, sermos bons ouvintes…baseado nisso sempre me perguntava, como tantos se queixam da mesma coisa e não encontramos explicação…

Sabemos que várias doenças sofrem consequências com alterações climáticas ou exposições ambientais como, por exemplo, portadores de Lúpus têm fotossensibilidade, logo precisam proteger-se do sol; por outro lado, portadores de Psoríase devem expor-se ao sol para melhora das lesões cutâneas. Pacientes que cursam com manifestação de Fenômeno de Raynaud precisam evitar baixas temperaturas; portadores de Gota podem sofrer mais crises com altas temperaturas, e por aí vai. Então, dizíamos que, dependendo da doença e sua atividade, iríamos analisar caso a caso.

Entretanto, no fim de 2021, a revista científica Clinical Rheumatology publicou um artigo desmistificando esse imbróglio. O clima interfere sim na dor articular! Esse estudo evidencia que mudanças de temperatura, umidade e poluição do ar afetam o índice de dor independente da patologia ou do índice de atividade de doença. Com isso, só reforçamos, a cada dia, que devemos continuar valorizando as queixas de nossos pacientes e buscar incansavelmente aliviar sua dor, melhorando sua qualidade de vida.

* Artigo publicado pela colunista Isabella Coutinho médica raumatologista e diretora médica do Centro Médico Imunos.

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