Numa fase de tantas mudanças na vida de um jovem, também é a fase que este adolescente/jovem, precisa fazer uma escolha de profissão que é para a vida. Como fazer? O que escolher? E ainda nos tempos atuais temos novas profissões surgindo, outras se adaptando aos novos tempos e outras até em extinção.
E neste momento tão especial, surge mais essa responsabilidade para os adolescentes/jovens. Muitos ainda são forçados a dar continuidade ao legado familiar, outros escolhem por modismo, sem a menor noção do que estão escolhendo.
As estatísticas mostram que aproximadamente, 60% dos universitários mudam de opção no meio do curso, outros desistem e outros até se formam, exercem a carreira, mas se tornam profissionais infelizes e/ou pouco comprometidos com sua profissão.
Neste contexto, os conceitos da Terapia familiar na abordagem Sistêmica podem contribuir muito na escolha da profissão, tendo em vista a influência que o indivíduo recebe de seu contexto familiar, ao escolher uma profissão.
Neste caso é indicado que os orientadores profissionais, coach vocacional, lancem mão de ferramentas que a abordagem sistêmica de família propõe, com a finalidade de nortear melhor este individuo, promovendo uma escolha mais adequada ao seu perfil, e não influenciada pelo sistema familiar.
A ESCOLHA PROFISSIONAL
(…) quem escolhe não está escolhendo somente uma carreira. Está escolhendo ‘com que’ trabalhar, está definindo ‘para que’ fazê-lo, está pensando num sentido para a sua vida, está escolhendo um ‘como’, delimitando um ‘quando’ e ‘onde’, isto é, está escolhendo o inserir-se numa área específica da realidade ocupacional.
Pesquisas mostram que a família é o grupo de participação e referência essencial, tanto que devem ser analisados, quais valores esta família repassa ao jovem a respeito das profissões, bem como o grau de satisfação ou insatisfação dos pais ou pessoas próximas quanto às suas próprias profissões, pois estarão, de algum modo, influenciando aquele que escolhe uma carreira. O nível de satisfação dos pais com suas carreiras, influencia a motivação do jovem para com sua profissão. Quanto maior o grau de satisfação dos pais, percebido pelos filhos, maiores são as possibilidades de se entusiasmarem com sua própria escolha.
O momento da escolha profissional é de crise, que envolve não só aquele que escolhe, mas também o grupo familiar no qual está inserido. As ansiedades vividas pelo adolescente farão parte de um processo em família. Os pais reviverão, através do filho, seus próprios dilemas vividos no mesmo momento evolutivo. Dependendo do modo como resolveram ou não estas questões em suas vidas, terão um repertório mais ou menos fortalecido para, na situação atual, oferecerem continência às ansiedades do filho.
Sendo assim, para o jovem que opta por uma profissão, a escolha profissional torna-se o reconhecimento e a aceitação do seu mundo familiar (interno, conhecido, limitado) para a exploração do mundo social (externo, desconhecido, complexo). Para os pais dos adolescentes que escolhem uma carreira, há a necessidade de aceitar que as relações com os filhos vão mudando; de que os jovens passam a questionar e confrontar suas idéias, passando a assumir seus próprios projetos pessoais. Os filhos começam a serem vistos como integrantes da sociedade e não somente como seus filhos. E para esse crescimento saudável se faz necessário a autorização emocional dos pais.
Desta forma, a Terapia Sistêmica familiar contribui muito neste momento de escolha profissional do adolescente/jovem. Usando técnicas e ferramentas desta abordagem.
Sandra Trindade é Terapeuta Sistemica Familiar, Psicopedagoga/Coach Vocacional e atende no Instituto Angélica Mendes, no Recreio dos Bandeirantes.