A inovação na carreira não é uma coisa a “surgir”. Ela depende de processos, de variáveis e parâmetros cujo conhecimento permite concebê-la como um processo racional, mensurável e gerenciável.É sempre importante registrar que inovação é diferente de invenção. A invenção é caracterizada pela criação de uma ideia potencialmente geradora de benefícios comerciais, mas não necessariamente realizada especificamente em forma de produtos, processos ou serviços. A invenção torna-se inovação quando é implementada e, consequentemente, comercializada. A inovação é a invenção que encontrou uma utilidade prática e demanda do mercado. É quando o protótipo se transforma em produto comercializável.
1. Abandone a “cultura do especialista”. O especialista é aquele profissional que é obrigado a ter respostas para tudo, baseado em sua experiência, ou seja, know-how. A tendência é que o especialista sempre busque soluções já conhecidas. A inovação é fruto do cruzamento de informações obtidas e armazenadas em sua mente. Permita-se estudar outras disciplinas que não se relacionem diretamente com a sua, por exemplo, se você é um Advogado, estude algo sobre física. Essa prática é altamente benéfica para “pensar fora da caixa”.
Foi assim que uma determinada indústria saiu do buraco. Seu principal produto vinha perdendo participação de mercado por conta do alto custo de fabricação. O diretor geral convoca os principais executivos e exige uma solução. No prazo final para apresentação das soluções, os executivos não tinham nada de consistente quanto de repente escutam uma voz tímida no fundo da sala rompendo o silêncio dos especialistas: “Com licença, chefe… o produto precisa ter embalagem?”
Acredite se quiser, o produto em questão era o pneu. Até meados do século XX os pneus eram vendidos como qualquer outra mercadoria, ele vinha dentro de embalagem de papel. Graças àquela sugestão inesperada do faxineiro os pneus passaram a ser expostos nas lojas sem embalagem com a marca e demais informações do produto impressas na própria borracha.
2. Menos “Eu” e mais “Nós”. Estamos na era da informação e do conhecimento. O resultado do conhecimento coletivo é riquíssimo. Quando compartilhamos conhecimento no ambiente de trabalho, estamos colocando à disposição da imaginação bibliotecas variadas de cultura, aumentando a probabilidade de desenvolvimento de soluções inovadoras. Mas para isso é preciso adotar a consciência de sucesso coletivo. Caso surja algo inovador, lembre-se de dar os créditos valorizando cada pessoa que contribuiu para a solução inovadora. Caso contrário, você poderá sofrer do efeito “knowledge bullying”, ou seja, um bullying do conhecimento, passando a ser privado propositalmente de conhecimento circulante na empresa.
3. Amadureça as ideias. Tem gente que reclama que as ideias nunca são aceitas. Tem gente que fica rotulada como aquela que nunca acrescenta e sempre chuta para fora nas reuniões de trabalho. Com a exceção das reuniões de braistorming , aprenda a registrar ideias potenciais e amadurecê-las. Aprofunde a sua pesquisa antes de expor uma ideia para alguém. Verifique se o que irá propor já não foi proposto e certifique-se dos benefícios que irá gerar e a quem irá beneficiar. Os projetos inovadores são como sementes, precisa ter a sua fase de crescimento respeitada para que dê os frutos na época correta.
4. Aprenda a questionar as verdades absolutas. Paradigma é literalmente modelo, é a representação de um padrão a ser seguido. Até há teoria do Heliocentrismo de Nicolau Copérnico, acreditava-se absolutamente que o Sol girava em torno da terra (teoria Geocêntrica). Inovar passa por questionar paradigmas criando um novo modelo mais eficaz. É preciso ser autêntico para superar a baixa autoestima que ronda a mente. É preciso abstrair o medo da rejeição. Um exercício prático para isso é habituar-se a formular a seguinte pergunta “Por que não?”.
“Se minha Teoria da Relatividade estiver correta, a Alemanha dirá que sou alemão e a França me declarará um cidadão do mundo. Mas, se não estiver, a França dirá que sou alemão e os alemães dirão que sou judeu.” Albert Einstein
5. Abandone o perfeccionismo. O perfeccionista é aquele que se esconde atrás de um manto utópico da perfeição. É alguém que acorda todos os dias e se encontra com a frustração. O perfeccionista geralmente tem uma crítica pronta para tudo e uma boa desculpa para não apresentar suas ideias “Antes de apresentar preciso aperfeiçoar”. As empresas precisam de pessoas que saibam trabalhar com as ferramentas que se tem às mãos. A inovação demanda viabilidade. Conjecturar inovação com elementos que não fazem parte da sua realidade nem de seu ambiente de trabalho é apenas um sonho.
6. Seja e permaneça autêntico. As empresas já estão cheias de pessoas com comportamentos “politicamente corretos” e comportamento altamente resistente às mudanças. Mudança gera insegurança, ruptura com o que é conhecido e aliança com o desconhecido. As empresas inovadoras buscam pessoas autênticas com alto nível de compromisso e com a excelência e a vontade de fazer algo extraordinário. Ser autêntico não implica em ser sempre do contra, mas em ter personalidade suficiente para não se deixar influenciar e contaminar antes de formar a sua própria opinião. O pessimista e negativo é uma raça que está presente em todas as empresas e acaba minando o poder de autenticidade daqueles que têm o talento de vislumbrar o novo.
7. Sintonize. Sintonia é a igualdade de freqüência entre dois sistemas de vibrações. Acordo mútuo, reciprocidade, simpatia. É praticamente impossível produzir algo inovador se não estiver engajado e sintonizado com o que se faz. O alto nível de insatisfação e, consequentemente o stress, bloqueiam a capacidade de gerar novas soluções. Estar em sintonia com a organização implica em conhecer suas diretrizes estratégicas e se alinhar a elas. É se orgulhar de trabalhar lá. É não precisar colocar obrigações e prazeres na balança, pois o prazer é bem maior.
8. Clima organizacional favorável. Segundo Peter Ducker, a criatividade não anda escassa, o que acontece é que a maioria das organizações se esforça para acabar com ela. Não basta adotar todos os itens anteriores se o clima e cultura organizacional do seu local de trabalho não forem favoráveis à mudança. A não ser que a empresa seja sua. A inovação é a irmã gêmea da mudança, e esta por sua vez precisa estar impregnada na cultura da empresa e refletida no clima organizacional, na cultura e valores.
9. Identifique problemas. “Não podemos resolver problemas usando o mesmo tipo de pensamento que usamos quando os criamos.” Albert Einstein
As inovações possuem alto nível de conformidade com situações em que a insatisfação é alta ou que há um problema crônico. Crises, problemas, insatisfações são todos sinônimos de oportunidades de inovação. Seja um especialista em identificá-los e estará a um passo de algo extraordinário.Você sabia que o verdadeiro faturamento da franqueadora do McDonalds é o aluguel de terrenos? A rede compra terrenos, constrói a loja e subloca para os franqueados com acréscimo no valor original de até 50%. Não porque eles planejaram isso, pelo contrário, foi a saída que encontraram para vencer na época a falta de recursos.
10. Capacidade de desaprender. Segundo Alvin Toffler “O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender.”
Cada vez mais, o conhecimento torna-se descartável. Quanto tempo você demorou a aprender a usar todas as funcionalidades daquele seu aparelho de celular antigo? Sem dizer daquele software que não existe mais. O conhecimento é volátil, ou seja, após um determinado período de tempo torna-se descartável. Para inovar é preciso aprender aquilo que muitas vezes investimos tempo e dinheiro, mas que hoje só serve para ocupar espaço na nossa memória.