Na mitologia grega, Aquiles foi um herói da Grécia, um dos participantes da Guerra de Tróia e o personagem principal e maior guerreiro da Ilíada, de Homero. Aquiles tem ainda a característica de ser o mais belo dos heróis reunidos contra Tróia, [1] assim como o melhor entre eles. Lendas posteriores (que se iniciaram com um poema de Estácio, no século I d.C.) [carece de fontes] afirmavam que Aquiles era invulnerável em todo o seu corpo, exceto em seu calcanhar; ainda segundo estas versões de seu mito, sua morte teria sido causada por uma flecha envenenada que o teria atingido exatamente nesta parte de seu corpo. A expressão “calcanhar de Aquiles”, que indica a principal fraqueza de alguém, teria aí a sua origem.No meio corporativo não é difícil encontrarmos perfis do tipo “Aquiles”. Talvez tenha um Aquiles aí sua empresa. É uma figura cuja vaidade não cabe nele mesmo. Todas as conjugações verbais sempre são feitas na primeira pessoa do singular “Eu fiz…”, “Eu sou…”. O seu esforço diário é tentar se enquadrar no discurso do “nós”. Trabalhar com um colega assim já é complicado, mas a situação complica quando esse Aquiles é o chefe.
Mas qual era a motivação de Aquiles? Ele não tinha uma postura de submissão aos reis. A sua motivação era a vaidade de ver o seu nome aclamado, temido e eternizado na história. É o que chamo da síndrome do “espelho meu”. Não havia ninguém melhor do que ele.
Esse perfil é interessante. Enquanto muitos brasileiros sofrem com a baixa auto-estima, ele está de bem com o seu super ego. No ambiente empresarial, esse tipo de postura é insuportável e acaba por minar a credibilidade deste profissional. Até naquilo que ele é competente passa a ser motivo de chacota.
Ultimamente temos visto muitos “líderes” que reclamam da falta de engajamento enquanto lutam por uma causa egoísta, vazia de propósito. Nunca haverá liderança efetiva se a equipe não se identificar com o propósito. Engajamento é fruto da convergência de interesses. Conforme diz um antigo provérbio “Aquele que pensa que está liderando e não tem seguidores, está apenas passeando.”
Quer saber qual é o calcanhar de Aquiles dele? É justamente a sua motivação, a vaidade. Se você tem um chefe assim a única forma de se relacionar com ele é contribuindo com idéias que possam fortalecer a imagem dele e ao mesmo tempo em que seja pertinente ao negócio em curso; caso contrário suas idéias terão resistência. Não queira brilhar mais do que ele. Cada departamento só tem lugar para um Aquiles. Os “Aquiles” sempre existirão. A inteligência não está em querer ser como ele, nem em lutar contra ele, mas em conseguir com que “Aquiles” lute a sua luta achando que é a luta dele.
Agora, se você é o Aquiles, cuidado para não matar todos os talentos que estão à sua volta. Cuidado para não matar aqueles que estão querendo lhe mostrar os erros e falhas. Pois exército de um homem só, nem em filme. Cuidado ainda com as flechas venenosas. Elas são elogios vazios e mentirosos, que só alimentam o ego e lhe deixa cego fazendo-o não ver o que realmente importa. Se você é mesmo um tipo “Aquiles” lembre-se que a sua liderança é pelo exemplo, Aquiles de verdade vão para a frente de batalha e mostram para a equipe como se faz. E quanto mais fazem, mais se sentem vivos. Se você é Aquiles, seu combustível é lutar sempre, é buscar desafios mais audaciosos, correr risco e avançar.