O desenvolvimento profissional da mulher no século XXI representa uma das transformações sociais mais relevantes das últimas décadas. A presença feminina se consolidou em diversos setores da economia, impulsionada pelo avanço educacional e pela luta contínua pela equidade. De pauta social, o protagonismo feminino evoluiu para um diferencial estratégico para a inovação, a sustentabilidade e a competitividade das organizações.
Segundo o IBGE, a participação das mulheres economicamente ativas no Brasil saltou de 34,8% em 1990 para 52,2% em 2023 — um marco histórico que se reflete também na qualificação: elas possuem, em média, maior escolaridade do que os homens. A participação feminina em cargos de alta liderança também apresentou crescimento, subindo de 27% em 2021 para 33% em 2022.
Apesar dos avanços, a ascensão profissional das mulheres não ocorre na mesma velocidade que sua entrada no mercado de trabalho. Barreiras estruturais persistem: a desigualdade salarial ainda gira em torno de 20%, mesmo entre profissionais homens com formações equivalentes. Apenas 39% dos cargos gerenciais no Brasil são ocupados por mulheres — proporção ainda menor nos níveis mais altos de liderança. A sobrecarga da “dupla jornada”, que combina trabalho remunerado com responsabilidades domésticas, compromete o tempo disponível para investir na carreira. Além disso, vieses inconscientes e estereótipos de gênero seguem limitando o reconhecimento das competências femininas, especialmente em setores tradicionalmente masculinos, como tecnologia e engenharia.
Diante desse cenário, soluções vêm sendo implementadas com resultados expressivos. Programas de mentoria, redes de apoio e políticas de diversidade têm fortalecido trajetórias femininas. Empresas como o Magazine Luiza apostam na valorização de lideranças diversas como uma estratégia de inovação e impacto social. Dados da McKinsey (2020) reforçam essa visão: organizações com maior presença de mulheres em cargos de decisão possuem 21% mais chances de obter lucratividade acima da média.
No âmbito institucional, políticas públicas como a Lei 14.611/2023, que exige transparência salarial, e a Lei 14.457/2022, que fomenta a empregabilidade feminina, vêm consolidando avanços importantes e estimulando práticas corporativas mais inclusivas.
Empoderar mulheres profissionalmente é mais do que promover igualdade: é consolidar uma transformação coletiva e estratégica. Quando uma mulher ocupa seu espaço, ela não apenas constrói sua trajetória — ela abre caminhos para outras, inspira mudanças e fortalece uma nova cultura de liderança. As competências que as mulheres trazem — como liderança empática, visão sistêmica, colaboração e foco em sustentabilidade — não são apenas atributos desejáveis, mas diferenciais essenciais que impulsionam a inovação, fortalecem a competitividade e tornam as organizações mais preparadas para os desafios contemporâneos.
Executiva de ESG, comunicadora estratégica e idealizadora de projetos voltados ao protagonismo feminino. Com quase 20 anos de experiência, atuo na interseção entre sustentabilidade, impacto social e liderança, conectando propósitos com resultados. Atleta, empreendedora e defensora da potência única de cada mulher. Para me acompanhar, só seguir o perfil no Instagram: @mari_azevedo01