O mundo vem se adaptando às mudanças econômicas, políticas e sociais que se apresentam, cada vez mais desafiantes.
As empresas têm exercido papel fundamental em toda esta transformação e competição que se torna mais acirrada nas organizações. E este cenário vem transformando o comportamento das pessoas, no que se refere ao trabalho, a vida pessoal e também nas relações comerciais. Porém são os consumidores quem mais têm ditado as novas “formas” de se fazer negócio. Como clientes, estamos cada vez mais exigentes com os produtos, serviços e atendimentos que adquirimos.
A verdadeira competição está sendo travada para disputar, um a um, clientes mais preparados para exigir cada vez mais qualidade.
Ao longo do tempo, as profissões têm se adaptado a esta realidade e a necessidade de pessoas mais preparadas para atender a tamanhas exigências já faz parte da pauta em todas as organizações, mas vamos voltar no tempo e entender por que não temos pessoas preparadas e agora nos encontramos nesta corrida contra o relógio. Para isso, vou relembrar alguns fatos:
Nos anos 80 e início dos anos 90, foi um tempo em que os consumidores pagavam ágio para obter os produtos, como na compra dos carros, por exemplo. Lembro-me que no carnaval, era preciso armazenar cerveja uns três meses antes do evento, pois sem esta antecedência não conseguiria comprar produto, já que ninguém teria para vender.
Também tivemos, enquanto consumidores, dificuldades para adquirir produtos no segmento de tecidos, elásticos, botões, máquinas para confecção, pois muitas vezes as lojas escondiam os produtos e esperavam uns 15 dias para majorar os preços em 15% ou 40%.
Na verdade, por um bom tempo, não se vendia carros no Brasil, os clientes batiam à porta das lojas para comprar seus carros, apesar dos altos preços e da falta de qualidade e garantia.
Refletindo sobre tudo isso, entendemos que a realidade era uma oferta infinitamente inferior à procura.
Hoje é o inverso, sobram carros de excelente qualidade e de diversas marcas nos pátios; sobram cervejas nas prateleiras; sobram tecidos, elásticos, botões e máquinas; sobra dinheiro para os bancos emprestarem; sobram vinhos de todas as marcas e safras; sobram enfim produtos de qualidade e de preço justo.
E em função da rapidez destas mudanças, faltam algumas coisas: empresas adaptadas a este mundo de hoje; pessoas preparadas para as exigências do consumidor atual e falta entendimento de que agora a oferta é muito superior à procura. Falta clareza de que o cliente não é mais fiel ao fabricante, ao distribuidor ou ao vendedor e sim que ele é fiel ao mercado e que precisamos estar preparados para disputar a preferência destes novos consumidores.