Com a maior proporção que a inflação tomou nos últimos meses, nossos clientes nos consultam sobre os rumos que devem seguir para que seus lucros sejam mantidos. Enquanto uma parcela pretende optar por não repassar integralmente os reajustes de insumos ao produto final, com receio de perder mercado, há um grupo que prefere preservar a rentabilidade da sua operação, ainda que haja risco de perder uma pequena fatia do mercado. Como não há uma resposta “pronta na prateleira”, é necessário avaliarmos aspectos microeconômicos de cada um dos casos apresentados e propor a solução mais adequada, que varia em função de uma composição de aspectos.
A inflação é apenas uma das variáveis que o empresário deve interpretar para manter o retorno financeiro da sua empresa. Há diversas outras que precisam ser analisadas em conjunto. Uma empresa cuja produção é fortemente dependente de insumos importados precisa ter em seu radar a direção que o dólar tomará, independente da volatilidade do cenário. A atenção ao câmbio não deve ser exclusividade das organizações que demandam insumos importados, uma vez que ele impacta todas as atividades, direta ou indiretamente.
O crescimento da economia, retratado pelo PIB (Produto Interno Bruto) é importante não apenas por mostrar o aumento da riqueza do país. A atual política de reajuste do salário mínimo está atrelada ao crescimento do PIB e à variação da inflação. É imprescindível que esta variável também seja monitorada em função de alguns fornecedores de serviços utilizarem a variação do salário mínimo para reajustar seus honorários, isto sem mencionar a clássica remuneração de várias classes de trabalhadores. Tudo precisa estar na equação.
Quanto aos juros, o empresário precisa saber o patamar atual da taxa básica (SELIC) e os rumos que esta taxa seguirá, disso dependerá (dentre outros fatores) o ritmo dos investimentos.
Talvez em função de ser um campo pouco conhecido por grande parte dos empresários, há uma crença em relação à falta de utilidade das ferramentas de análise da Ciência Econômica nas pequenas e médias empresas (as grandes empresas já se deram conta desta necessidade há bastante tempo).
Provavelmente, tal fato ocorre em função da não obrigatoriedade da contratação de economistas por parte das empresas, sendo assim, em alguns casos, os empresários veem aquela atividade como mais um custo fixo e assim alguns nutrem uma resistência que deveria ser revertida, pelo bem da atividade econômica da sua empresa.
A realidade é que a Economia é fundamental ao bom desenvolvimento de qualquer empresa, independente do porte ou segmento de atuação. Em economias desenvolvidas, não há empresa que tenha alcançado sucesso sem a ajuda de um departamento de economia, cujo trabalho é fundamental para a determinação de oportunidades e mensuração dos riscos.