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Como atletas podem usar a Data Fifa para crescer mentalmente: especialista aponta caminhos

Durante a Data Fifa, enquanto os principais nomes do futebol mundial se apresentam às seleções, os clubes ficam com parte dos elencos “em espera”. Menos treinos coletivos, jogos suspensos, ritmo diferente no calendário. Mas o que para muitos é encarado como um simples recesso, pode — e deve — ser uma janela estratégica de desenvolvimento individual. Segundo o treinador de performance mental Dani Mozer, esse é o momento perfeito para os jogadores que ficam se diferenciarem mentalmente.

 

“Essa pausa do calendário é traiçoeira. Ela dá uma sensação de férias, mas o futebol profissional não tem espaço para desligamentos. O descanso é parte da preparação, mas isso é bem diferente de queda de foco. A mente do atleta precisa se manter no modo de prontidão, sem cair em armadilhas de dispersão”, explica Mozer.

Ritmo e intenção: manter o corpo ativo com foco no retorno

Mozer defende que os atletas mantenham o ritmo de treinos físicos, como se estivessem em agenda normal de jogos. Mas com um diferencial: a clareza de intenção.

“Pergunte-se: como posso tirar o máximo proveito dos próximos dias? Qual vantagem quero ter quando o grupo todo voltar? Essa autorreflexão direciona a intensidade para um propósito real”, afirma.

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A Data Fifa, para quem fica, não precisa ser tempo perdido, segundo Dani Mozer

Estudos do Journal of Applied Sport Psychology reforçam esse ponto. Atletas que mantêm treinos intencionais durante períodos de transição, como pré-temporadas ou pausas, apresentam melhor retomada de performance e menor risco de lesões. A pausa mal aproveitada, por outro lado, pode gerar perda de ritmo técnico e cognitivo.

Alimentar a mente: treinar também por dentro

O diferencial, segundo o especialista, está em equilibrar o físico com treinos mentais. Para ele, a visualização dirigida — prática em que o atleta imagina cenários de jogo, lances e execuções com riqueza de detalhes — potencializa a conexão entre foco e execução.

“Visualização é treino. Não é fantasia. Ela reforça os circuitos neurais do gesto técnico mesmo quando você não está em campo”, destaca.

Pesquisas da Harvard Medical School mostram que atletas que combinam visualização a práticas de afirmação positiva apresentam maior engajamento, redução de estresse competitivo e aumento da autoconfiança — fatores decisivos para a retomada em alto nível.

“Imagine um meia que está na reserva e sabe que terá chance logo após a Data Fifa, por lesão ou desgaste de colegas. Se ele passou esse período simulando situações, fortalecendo a mente e cuidando do corpo, chegará um passo à frente dos outros. Isso não é sorte. É estratégia mental”, pontua Mozer.

Dicas práticas para os atletas durante a pausa

Dani elenca três práticas simples para atletas que não viajaram com suas seleções e querem voltar melhor ao calendário:

  1. Rotina constante – Manter horários de sono, alimentação e treino próximos da rotina habitual. A constância gera estabilidade neuroquímica.
  2. Treino de visualização – Dedicar 15 minutos diários para imaginar, em detalhes, lances e decisões de jogo como se estivessem ocorrendo em tempo real.
  3. Afirmações construtiva – Trabalhar com frases que reforcem foco, controle e confiança: “estou pronto”, “jogo com clareza” e “aproveito cada treino” são alguns exemplos.

Uma oportunidade disfarçada

A Data Fifa, para quem fica, não precisa ser tempo perdido. Pode ser a faísca de um novo salto de desempenho.

“Todo atleta que quer ser decisivo precisa saber performar mesmo fora dos holofotes. Essa pausa é o bastidor. E quem cuida do bastidor volta protagonista”, resume Dani.

Siga: @danimozer_

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