Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial sofre com dor crônica. No Brasil, um levantamento do Ministério da Saúde indicou que 37% dos brasileiros com mais de 50 anos convivem com esse tipo de dor, que impacta diretamente a qualidade de vida, a produtividade e a saúde mental.
Mas o que é dor crônica?
Considera-se dor crônica aquela que deixa de ser uma dor aguda e pontual para uma dor que persiste por mais de três meses, mesmo após o período esperado de cicatrização. Segundo o Dr. Lúcio Gusmão, médico especialista em dor crônica e CEO da Rede Cade, primeira rede de clínicas especializadas em tratamento de dor, é fundamental estar atento aos sinais de evolução.
“Muitas vezes, o paciente demora a buscar ajuda por acreditar que a dor vai passar. Esse atraso no diagnóstico pode agravar o quadro e levar ao desenvolvimento de uma sensibilização do sistema nervoso, situação em que a dor passa a ser sentida mesmo sem a presença de uma lesão ativa. Além disso, há impacto direto na saúde emocional, com maior chance de ansiedade e depressão, e também no uso excessivo de medicamentos por conta própria. É importante saber reconhecer quando a dor deixa de ser um sintoma pontual e se torna frequente, assim é possível investigar causas e buscar o tratamento adequado”, afirma o especialista.

Entre as principais causas da dor crônica estão as doenças musculoesqueléticas, como lombalgia, artrose, artrite reumatoide e fibromialgia; lesões nervosas e neuropatias, como hérnia de disco e neuropatia diabética; doenças autoimunes e inflamatórias; além de enxaqueca e condições pós-traumáticas ou pós-cirúrgicas. Atualmente, existem diversos tratamentos disponíveis para dor crônica que vão além do uso de medicamentos, como fisioterapia, acupuntura, laserterapia e terapias cognitivo-comportamentais. “Cada paciente é único e, por isso, o diagnóstico exige uma avaliação detalhada, que considera histórico clínico, exames complementares e fatores emocionais”, pontua Gusmão.
“A dor crônica não tem cura definitiva, mas isso não significa que o paciente precise viver em sofrimento constante. O tratamento é fundamental porque ajuda a controlar os sintomas, reduzir limitações e melhorar a qualidade de vida, devolvendo autonomia e bem-estar. A combinação de diferentes técnicas aumenta as chances de sucesso e proporciona um cuidado mais humano e completo”, explica Dr. Lúcio.
Dr. Lúcio Gusmão
Sócio fundador do Centro Avançado da Dor e Especialidade (Rede CADE) e médico ortopedista especialista em dor crônica e em Medicina Regenerativa.
O Dr. Lúcio foi o presidente do primeiro congresso do comitê de dor da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e atualmente faz parte da diretoria.