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Quero mudar de emprego

quero mudar de emprego
Uma mudança de emprego requer, antes de tudo, uma autoanálise | Foto: Divulgação

Atualmente estamos vivendo a era do imediatismo, principalmente pelo papel da tecnologia em nossas vidas. O buscador do Google que nos permite ter informações na hora, o WhatsApp e aplicativos de relacionamentos sociais nos permitindo a facilidade de nos comunicar instantaneamente, nessa metodologia intuitiva​ dos smartphones… O somatório destas variáveis mudou a noção de tempo sentida pelas pessoas, tanto quanto a sua satisfação em ver o mundo e se sentir bem.

No mercado de trabalho não é diferente, o “estar bem” nem sempre está relacionado à realização profissional, entretanto muitas vezes, condiz ao seu histórico social ou desejos pessoais em melhor salário, reconhecimento, status ou mudança de vida. Mas identificar o momento de mudança de emprego não é fácil, essa decisão exige bastante coragem e pode ser especialmente intimidadora por se tratar de um futuro que, querendo ou não, é desconhecido e requer muita estratégia para não ficar à deriva; qualquer passo errado poderá ser crucial para sua recolocação. Quais são os fatores mais importantes a ser avaliado nesse momento?

Existem vários pontos a serem avaliados antes dessa tomada de decisão para que essa mudança não se torne motivo de frustração pessoal. Uma coisa que você precisa ter em mente é há quanto tempo você está na mesma posição. Pesquisas apontam que o tempo ideal para se ficar numa área, observado pelo RH contratante, varia entre dois a três anos no mesmo cargo, entretanto, a mesma pesquisa mostra que é muito difícil levantar para trabalhar, principalmente quando não se está mais a fim de fazer tal atividade, aí é que entra a insatisfação do empregado e o desejo de mudança, mas antes de pensar em mudar precisa-se ajustar a casa, no sentido de; quais são os pontos positivos e negativos da minha posição atual? O que consegui desenvolver nesta empresa? Não consigo mais nada aqui onde estou? Já conversei com meus gestores e chefes imediatos? Muitas vezes, esse pensamento é algo passageiro ou momentâneo de relacionamento interno e que pode ser trabalhado em parceria com a gestão, sem causar tanto transtorno.

A auto-gestão é um processo muito difícil, que requer maturidade e estratégias. E nem todo o profissional está habilitado a desenvolver tal estratégia e acaba se perdendo nos objetivos, se frustrando profissionalmente. No atual mercado competitivo restrito a novos talentos, aquele que não apresentar um diferencial ou souber aonde quer chegar, ficará à deriva por um bom tempo, até ser absorvido por uma “massa de manobra” em busca da sobrevivência no seu ramo. Qual o seu diferencial para esse novo mercado? Quais as suas habilidades e competências necessárias para esse novo cargo? Se essas respostas não estiverem muito claras, com certeza terá mais dificuldade nessa transição. É fundamental descobrir os motivos da infelicidade, necessidade de mudança e entender o que é bom e o que não é. Muitos, na verdade, não sabem essa resposta e se sustentam na tese do “querer”.

​Entendo que existem situações específicas, que realmente demandam que a pessoa busque novas oportunidades, mas é necessário ter a consciência que​ um bom emprego dificilmente se consegue numa entrevista e nem sempre o tão desejado desafio nem a remuneração sonhada são garantias de que é o momento correto de mudar de emprego. A decisão não é tão simples e deve ser feita cuidadosamente.

Para cada fase da carreira e cada posição no organograma, o peso e as análises são distintas. Aos iniciantes, com menos responsabilidades pessoais, salários menores e, consequentemente, menor visibilidade corporativa, a decisão pode (e deve) ser baseada em dinheiro, conhecimento e desafios. Quanto mais se sobe no organograma, mais cuidado deve-se tomar. Dinheiro e desafio não são garantias de sucesso, muito menos de empregabilidade. As empresas costumam valorizar seu capital humano. Assim, ao receber uma oportunidade, reflita sobre o pacote completo (benefícios, clima organizacional, estrutura e posição da empresa no mercado, plano de carreira, dentre outros) e não apenas sobre situações a curto prazo, como o salário. Sugiro que busque analisar sua carreira a longo prazo, pois as escolhas de hoje refletirão no seu futuro profissional. Nem sempre um salário melhor corresponde a um emprego melhor.

Avisar a empresa de que está participando de processos seletivos e buscando novas oportunidades garante a transparência do profissional e ao mesmo tempo a oportunidade da empresa em rever o seu posicionamento e de repente fazer novas propostas. Mesmo assim, se essa já tiver decidido, não se desanime, o processo é longo e, muitas vezes, cansativo, mas se tiver uma boa estratégia e tempo serão bem resolvidos e pode se conseguir chegar ao alcançado; e no mais, força de vontade e estratégia, sempre.

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