A pergunta que mais respondo ao longo desses anos de trabalho como um coach é: “O que é coaching e para que serve?”.Proponho, então, uma reflexão baseada em uma situação cotidiana em nosso imenso, belo e ensolarado Brasil, que é ir à praia.
Ao chegar à praia, a primeira coisa que uma pessoa faz é marcar o “seu espaço”, e, para isso, frequentemente aluga-se uma barraca ou leva-se de casa.Na barraca, ficarão os seus pertences, seus familiares e/ou amigos, enfim, pelo tempo que permanecer ao sol, ali estarão os seus valores.
Em um dado momento, a pessoa decide entrar na água e por ali permanecer por algum tempo. O engraçado é que a pessoa ainda olha pra trás para marcar bem o local de sua barraca.
São momentos descontraídos e estimulantes. Uns mergulham e pegam onda, outros brincam com os seus filhos, outros levam bola e a jogam de um lado para o outro, existem aqueles que aproveitam para refletir sobre a vida, outros apenas contemplam a beleza e a força do mar. Na minha infância, agente levava uma “boia” de câmara de ar de pneu de carro ou caminhão e nos divertíamos na água.
Nisso, sem perceber, a corrente marítima vai levando a pessoa para longe da sua barraca, quando, repentinamente, surge a seguinte pergunta:onde está a minha barraca? Na verdade, a barraca está no mesmo lugar, a pessoa é que foi “levada” para longe dela.Isso é mais comum do que pensamos. A cada dia, mais pessoas ao redor do mundo, das mais diversas condições sociais e culturais e das mais diversas idades, se dão conta do quanto estão afastadas de seus valores, de seus referenciais, daquilo que faz os olhos brilharem.
Descoberta e estudada há anos por Augusto Cury, a SPA (Síndrome do Pensamento Acelerado) é um dos sintomas decorrentes dessa verdadeira “corrente marítima” que está levando cada vez mais pessoas para longe de suas “barracas”.
A ausência de uma visão clara de onde está a sua barraca e o quão valioso é o que está nela (coisas, pessoas e circunstâncias) pode levar uma pessoa a caminhar à deriva pela vida, sendo levada pelas circunstâncias, sem opinião própria, sendo consumida ao invés de consumir.
O coach é um profissional preparado para ajudar uma pessoa a tomar consciência disso, tomar as rédeas de sua própria vida como um protagonista e não como um coadjuvante da própria história, descobrir onde está a sua barraca e avançar mantendo sempre um contato visual com a mesma. Não é terapia, mas é terapêutico.
É simples: coaching é o processo e o coach é o profissional.Ele (o coach) o estimula a tirar as suas ideias da mente e colocá-las no papel.O segundo e desafiador passo é tirar do papel as suas ideias e transformá-las em conquistas. Afinal, após a fase do planejamento vem a fase do “fazejamento”.
Se você está cansado de deixar a vida te levar, se está incomodado com o tipo de vida que está levando, se está se perguntando“onde está a minha barraca?”, você está diante de uma grande oportunidade de mudar a sua história e viver uma vida que valha a pena ser vivida.
