Os Jogos Olímpicos se aproximam e o Rio de Janeiro vive momentos de preocupação diante das obras inacabadas e os novos equipamentos urbanos sem data para conclusão. Enquanto a mídia enfatiza a festa popular sobre o percurso da Tocha Olímpica pelo Brasil, as autoridades públicas dão desculpas esfarrapadas para justificar a incompetência.
De um lado, a tão festejada ciclovia na Av. Niemayer desaba meses após a sua inauguração, e o esperado VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) apresenta defeitos e enguiça no dia da abertura ao público. De outro, o crescimento da violência está sitiando a população carioca e policiais estão sendo sangrados todos os dias por criminosos inescrupulosos e covardes. Pessoas estão morrendo todos os dias em assaltos, como, por exemplo, o assassinato de uma médica na Linha Vermelha. Esse é o legado das Olimpíadas?
As autoridades se vangloriam em deixar para o povo carioca uma suposta “herança” após as Olimpíadas mostrando a grande intervenção urbanística que sofreu a cidade, computando gastos astronômicos para receber os jogos. Vale lembrar que esses gastos são fruto do dinheiro do povo!
Enquanto isso, a Suécia, mais uma vez, dá exemplo aos políticos brasileiros, ao decidir acabar de vez com a possibilidade de sediar os jogos de 2022. O país argumentou que possui outras prioridades e a conta para organizar os jogos seria alta demais. Alegou ainda que um eventual prejuízo teria de ser coberto com dinheiro público.
Os partidos políticos daquele país, ao contrário do que ocorre no Brasil, entenderam que aceitar os jogos seria especular com o dinheiro do contribuinte, pois os cidadãos que pagam tributos exigem de seus políticos mais do que promessas, previsões otimistas e boas intenções. Diante disso, não seria possível conciliar um projeto de sediar os Jogos Olímpicos com as prioridades de Estocolmo em termos de habitação, desenvolvimento e providência social, entre outros.
Parabéns para a Suécia. Enquanto isso, no Brasil…