Na Roma Antiga, o trigo era usado na confecção do pão, considerado um símbolo de prosperidade e um talismã para os noivos. Por isso, depois da cerimônia, na festa de casamento, quebrava-se um pão doce (bolo de frutas, cereais, amêndoas e mel) por cima da cabeça da noiva, para lhe dar boa sorte. Os convidados comiam as migalhas que se espalhavam, pois consideravam que davam sorte a quem as recolhesse e comesse, e também asseguravam a felicidade da noiva.
Já na Idade Média, originalmente na Inglaterra, os convidados traziam pequenas tortas que empilhavam no centro de uma mesa, devendo os noivos beijarem-se por cima do bolo para garantir uma vida farta. O bolo continuava sendo um símbolo de sorte e prosperidade.
Desta brincadeira feita pelos convidados aos noivos, nasceu a tradição do bolo de casamento por andares. Dizia-se que quando uma mulher solteira colocava um pedaço de bolo de noiva debaixo da almofada, sonhava com o futuro marido.
No século XVII, na culinária francesa, surgiram os bolos de casamento mais parecidos com os que conhecemos atualmente: diversas camadas, recheios elaborados e ricas decorações.
O bolo clássico que hoje conhecemos (branco, de três ou mais andares) ainda simboliza o compromisso, o casamento, a eternidade, a nova aliança entre as famílias e a boa sorte aos recém-casados.
Entre os casais, há ainda uma outra tradição. Ela diz que uma fatia do doce ou o topo dele deve ser congelada (o) e guardada (o) com cuidado, para ser consumida na celebração de um ano de união. Cada vez mais conhecido no Brasil, esse costume provavelmente teve origem na Inglaterra, onde acredita-se que comer uma parte do bolo nas Bodas de Papel traz sorte para os anos que estão por vir.
O bolo do badalado casamento do príncipe William e Kate Middleton, por exemplo, foi conservado de acordo com a tradição (algumas fatias, inclusive, foram leiloadas). O mesmo foi feito anteriormente, no matrimônio do príncipe Charles e da princesa Diana, em 1981, e da princesa Anne com Mark Phillips, em 1973.
Além da crença de sorte, não há uma explicação para a criação do ritual de congelar o bolo de casamento. Apesar disso, é muito provável que esse costume tenha se iniciado para garantir que os noivos possam provar seu próprio bolo, uma vez que é difícil conseguir um tempinho para saborear o doce em meio a tantas fotos, brindes e felicitações. Cabe ao cerimonial se preocupar com isso e reservar o topo ou um pedaço, para ser entregue ao casal no final da festa.
Para quem pretende seguir essa tradição, vale a pena pedir para que a confeitaria responsável pelo produto opte por ingredientes que possam durar um ano no congelador sem estragar, por isso, é necessário ser super criterioso na hora de escolher o profissional que fará o seu bolo de casamento. Hoje, no mercado, esse ramo cresce e os bolos de festas viraram verdadeiras obras de arte.