A noção do próprio corpo, aliada aos cinco sentidos, ajuda com funções básicas. No autismo, um problema nesse sistema pode causar bastante dificuldade e requer estímulos para equilibrá-lo.
Para viver e interagir com a realidade, toda pessoa precisa usar seus sentidos. A maioria, porém, aprende que existe apenas cinco –visão ,audição ,olfato, tato e paladar. Quando, na verdade, outros sentidos também fazem parte da consciência do próprio corpo, como é o caso ”propriocepção”.
O sentido da propriocepção é responsável de fazer o cérebro desenvolver um GPS interno para o corpo, de modo que possamos concluir atividades sem observar o que estamos fazendo visualmente o tempo todo.
Esse sentido ajuda a manter, a posição de sentar corretamente em cadeira, manusear objetos como ( um lápis ou uma colher),andar pelos espaços de modo a não atingir obstáculos, calcular a que distância devemos nos posicionar para não invadir o espaço do outro, dosar a força necessária para quebrar um biscoito, por exemplo, e a desenvolver as ações que não foram bem-sucedidas, como mirar uma bola no gol.
O problema mesmo é quando a consciência corporal não funciona bem, fazendo com que um ou todos os sentidos sejam intensificados ou não se inteirem de tudo ao seu redor, o que caracteriza o quadro de disfunção de integração sensorial.
Este é o caso de muitos autistas. Atividades comuns, como por exemplo descer um lance de escadas, podem ser muito assustadoras para pessoas com autismo, se não sabem onde estão os seus pés. Comportamentos autistas, muitas vezes, apresentam conexões diretas com a experiência sensorial.
Por isso, não é complicado entender por que eles seguem comportamentos repetitivos, porque isso os faz perceber que estão no controle e se sentir seguros em seu universo.
* Artigo publicado pela neuropedagoga Regina Marques Gonçalves.