Para Freud o amor e o desejo por filhos é algo meramente narcísico, tratando-se de um amor por si mesmo e o desejo de ver-se projetado em um outro, operando-se apenas imaginariamente, pois os filhos jamais conseguirão corresponder a essas expectativas. A figura paterna representa a autoridade, aquele que dita regras e leis (sociais e de convivência).
Nas últimas décadas o papel de pai tem se transformado principalmente devido às mudanças sociais, culturais e familiares. Está surgindo um novo paradigma de paternidade onde o homem exerce múltiplas funções, sendo mais participativo, educando, mas também brincando, provendo e exercendo papéis que antes eram exclusividade das mulheres, como dar banho, trocar fraldas, dar mamadeira.
Alguns homens se tornam pai solo quando a mulher morre ou quando se separam, e outros se tornam pai por adoção, seja como for para todos é um desafio. Ter que lutar contra preconceitos, machismo, falta de informação, medo, rotina, organização da casa e da vida das crianças, escola, e a desconfiança de muitas pessoas que ele não dará conta de cuidar dos filhos.
Mas basta que haja disposição, vontade e muito amor para se aprender na prática o que as meninas aprendem na infância quando brincam de casinha.
* Artigo publicado pela colunista Leila Cristina, psicanalista.