Os neurônios espelho desempenham uma função crucial para o comportamento humano. Eles são ativados quando alguém observa uma ação de outra pessoa. O mais impressionante é o fato desse espelhamento não depender obrigatoriamente da nossa memória.
Se alguém faz um movimento corporal complexo que nunca realizamos antes, os nossos neurônios espelho identificam no sistema corporal os mecanismos proprioceptivos e musculares correspondentes e tendemos a imitar, inconscientemente, aquilo que observamos, ouvimos ou percebemos de alguma forma.
As emoções também podem ser espelhadas, pois, quando vemos alguém chorar, por exemplo, nossas células refletem a expressão do sentimento que pode estar por trás das lágrimas e trazem de volta a lembrança de momentos que já vivemos. A essa capacidade dá-se o nome de empatia, uma das chaves para decifrar o comportamento e a socialização do ser humano.
Essas células também refletem uma série de elementos da comunicação não verbal, como, por exemplo, pequenas mudanças na face e no tom de voz nos ajudam a compreender o que o outro está pensando ou sentindo.
Rizzolati (2004) lembra que a sobrevivência dos seres humanos é o fato de sermos capazes de nos organizar socialmente, e isso só é possível porque somos seres capazes de entender através da imitação que é a base da cultura humana.
Crianças com autismo têm grande dificuldade para expressar, compreender e imitar sentimentos como medo, alegria ou tristeza. Por isso se fecham num mundo particular e acabam desenvolvendo problemas no social.
O comportamento autista reflete um quadro compatível com a falha no sistema de neurônios espelho, apontam estudos e pesquisas, o entendimento em ações de perigo, a imitação tão importante no processo de aprendizagem e também a empatia.
São processos de construção desse sujeito, nas relações que se fazem no decorrer da fase de desenvolvimento, funções atribuídas aos neurônios espelho, células essas tão importantes para os seres humanos!