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As mulheres que amamos odiar

O dia de hoje, além de ser um dia para celebrar o poder das mulheres, do feminino no mundo, é um dia de grandes reflexões sobre esse mesmo poder no mundo.

Embora testemunhemos movimentos crescentes em apoio ao empoderamento feminino, às vezes parece que esse reconhecimento, bem-intencionado, inadvertidamente reforça a vulnerabilidade da mulher ao destacar o que ainda precisa ser conquistado.

Mas como priorizar esse apoio ao empoderamento e sucesso realizados todos os dias? Talvez isso aconteça porque validar uma mulher a todo momento pode trazer um receio de parecer inadequado, desrespeitoso ou interesseiro, colocando novamente a mulher no lugar da vulnerabilidade.

São tantas as reflexões que podemos debater! Mas, mais que reflexões, importam os sentimentos e as opiniões de quem, verdadeiramente, está nesse lugar.

Talvez o sucesso natural no mercado de trabalho ainda seja masculino. Quanto mais poderoso, feliz e bem-sucedido um homem se torna, mais as pessoas confiam nele. Mas quanto mais poderosa e feliz uma mulher se torna, nem sempre a confiança é verdadeira.

Quando é uma mulher que chega nesse lugar de destaque, é meio estranho, se questiona como ou o que ela fez para chegar lá e isso reforça a pressão de que ela tem que ser extraordinária e impecável, pois se algum erro acontece, ela será julgada e será questionada se ela está em um bom dia, se está de TPM, se está com problemas em casa, com os filhos ou, se simplesmente ela não consegue segurar as emoções.
Serão diversas as razões que, supostamente, um homem também não poderia ter?

O receio de uma possível rebeldia feminina persiste. Se uma mulher se desvia do estereótipo tradicional de docilidade e se manifesta com firmeza e determinação, ela pode ser vista como uma ameaça, é vista como muito ousada, gerando desconforto na sociedade que ainda valoriza a mulher que busca conquistar seu espaço de maneira mais suave.

E quando uma mulher reconhece sua própria grandiosidade, sua excelência profissional e a capacidade transformadora inerente ao poder feminino, ela se depara com estigmas. Ser assertiva pode levá-la a ser rotulada como arrogante, metida, grosseira ou excessivamente emocional. O momento em que ela conquista o seu espaço, que ela se destaca, cresce e ela entende que ela merece o que está alcançado, logo surgem falas de desmerecimento e tentativas de exposição. Contudo, é nesse momento que as mulheres descobrem sua força interna, criatividade e espontaneidade.

Percebemos claramente quem está na arena, expondo-se ao nosso lado, e quem está na plateia, apenas observando e criticando. Não precisamos competir por uma única vaga de sucesso feminino; há inúmeras oportunidades de sucesso aguardando para serem conquistadas. Podemos ser possibilidades, inspirações e degraus umas para as outras, construindo um caminho coletivo de ascensão.

Agradeço de coração às mulheres extraordinárias que atravessaram meu caminho, moldando e remoldando quem sou. Vocês são fontes eternas de inspiração em minha jornada, testemunhas e protagonistas de uma transformação contínua.

Vamos continuar celebrando a força feminina, apoiando umas às outras e construindo um futuro mais igualitário e empoderador.

Mulheres* Artigo da colunista Mariana Azevedo.
Publicitária, especialista em gestão de soluções
http://@mari_azevedo01

 

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