Talvez você já tenha visto a notícia: na China, virou moda a chamada “chupeta para adultos”. Prometem reduzir ansiedade, ajudar no sono e trazer um alívio momentâneo para o estresse.
Mas será que isso é só uma curiosidade exótica? Ou é um sinal de que algo muito maior está em jogo?
A busca por atalhos
Psicólogos já lembraram: a chupeta não cura a ansiedade, apenas silencia o incômodo por alguns minutos. E não é exatamente isso que tantas vezes fazemos na maternidade?
O bebê chora e oferecemos uma chupeta. A mãe sente dor na mama e alguém sugere um creme.
O desconforto aparece e logo surge uma solução rápida. Mas será que essas soluções olham para a raiz do problema?
O que o bebê perde
Quando a chupeta substitui o peito, o bebê perde mais do que leite.
Perde vínculo.
Perde regulação emocional.
E pode até ter o desenvolvimento facial e a fala comprometidos.
Enquanto nos adultos esses efeitos podem ser revertidos, nos bebês o impacto é estrutural, duradouro.
A raiz da questão
A sucção é um reflexo vital: alimenta, acalma, cria laços.
Quando essa vivência é interrompida cedo demais, pode deixar marcas invisíveis.
Não é coincidência que tantos adultos busquem, inconscientemente, na boca um lugar de consolo — seja por compulsão em comidas, cigarros, roendo unhas, morder objetos como a tampa de uma caneta ou até em uma “chupeta para adultos”.
Uma reflexão necessária
Mais do que criticar essa moda, ela pode ser vista como um lembrete: as escolhas feitas no início da vida importam.
Amamentar, quando possível, não é apenas nutrir o corpo.
É nutrir também a segurança, o vínculo e a calma que podem durar uma vida inteira.