Olá, leitores do Portal Utilità! É sempre uma honra poder compartilhar por aqui reflexões que conectam o universo do autoconhecimento à vida real – dentro e fora do esporte. E hoje quero conversar com você sobre um tema que vem ganhando força, e precisa ganhar ainda mais: a força da vulnerabilidade.
Sim, é exatamente isso. O novo líder – e isso vale para técnicos, atletas, gestores, empreendedores e qualquer pessoa que conduza algo ou alguém – não é aquele que esconde suas fragilidades, mas aquele que se conhece a ponto de aceitá-las e, com isso, usá-las como ponto de partida para evoluir.
Durante muito tempo, associamos liderança à figura de alguém inabalável, rígido, estrategista frio, sempre certo. Mas a neurociência, a psicologia do esporte e estudos sobre cultura organizacional vêm mostrando o oposto: a autenticidade cria segurança psicológica, e segurança psicológica aumenta performance.
𝗟𝗶𝗱𝗲𝗿𝗮𝗿 𝗮 𝘀𝗶 𝗺𝗲𝘀𝗺𝗼 é 𝗼 𝗽𝗿𝗶𝗺𝗲𝗶𝗿𝗼 𝗽𝗮𝘀𝘀𝗼
No trabalho que desenvolvo com atletas, costumo dizer que ninguém lidera time nenhum sem liderar a própria mente. E esse processo passa, obrigatoriamente, por reconhecer medos, padrões, inseguranças. Ao olhar para tudo isso com coragem — e não com julgamento — o atleta sai do lugar da cobrança para o da transformação. Ele se torna líder de si mesmo.
E isso vale para qualquer pessoa. Um estudo da Universidade da Carolina do Norte aponta que times onde os líderes expressam vulnerabilidade (sem vitimismo, com responsabilidade) são até 25% mais engajados e inovadores. Por quê? Porque se cria ambiente de confiança, de humanidade. E um time que confia entre si corre mais riscos saudáveis – e erra menos por medo.
𝐀𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚𝐫-𝐬𝐞 𝐧ã𝐨 é 𝐟𝐫𝐚𝐪𝐮𝐞𝐳𝐚 – é 𝐚𝐥í𝐯𝐢𝐨
Sabe aquela dor emocional que você tenta esconder ou “empurrar”? Quando ela é trazida à consciência com acolhimento, ela deixa de ser um obstáculo e se torna apenas mais um elemento do seu dia. Como uma escada que você usa para subir, e não uma parede que você tenta evitar.
Pesquisas da Brené Brown, referência global no tema, mostram que vulnerabilidade está diretamente ligada à coragem e à construção de conexões significativas. Ou seja: quanto mais vulnerável eu me permito ser, mais forte eu me torno.
𝗡𝗮 𝗽𝗿á𝘁𝗶𝗰𝗮: 𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗶𝘀𝘀𝗼 𝗺𝘂𝗱𝗮?
Muda tudo. Um atleta que se permite admitir um medo pode pedir ajuda, ajustar estratégia, evitar lesão. Um gestor que reconhece limites abre espaço para o time crescer. Uma pessoa que se escuta de verdade desenvolve mais foco, empatia e inteligência emocional.
Vulnerabilidade não é sobre se expor sem critério, mas sobre ter coragem de olhar para si com verdade. E quando isso acontece, o que antes era dor vira ferramenta de crescimento.
E se você deseja entender melhor como treinar a mente para esse tipo de autogestão emocional, me acompanhe no Instagram: @danimozer_.
Lá, compartilho dicas, bastidores e práticas que podem mudar a sua forma de liderar — inclusive a si mesmo.
Nos vemos na próxima coluna. Até lá!