Inaugurado em 2015, o Teatro Nathalia Timberg, na Barra da Tijuca, foi construído com duas salas para espetáculos. É em uma delas que entra em cartaz a peça “A Serpente”, de Nelson Rodrigues, com a participação de Bruno Daltro, Laís Pinho, Maytê Piragibe, Indira Nascimento, entre outros. A estreia é amanhã, dia 12 de fevereiro, e a temporada vai até 3 de abril.
A obra de Nelson Rodrigues – lançada em 1980, pouco antes do autor falecer – retrata um trágico e complexo triângulo amoroso. Para saber mais sobre a experiência de trabalhar com o texto de um autor tão importante e cujos personagens são tão intensos, conversamos um pouco com Bruno Daltro, que faz o papel de Décio.
Como descobriu que queria ser ator?
Quando eu reparei que não me encaixava em nenhum lugar (risos). Gostava da ideia de ser um advogado, mas também um agente secreto, ou um juiz. Gostava da ideia de poder “brincar” de ser tudo.
Quais são as vantagens e desvantagens da profissão?
Bom, eu só vejo vantagem (risos). Brincadeira. É uma profissão muito difícil. Um mercado muito difícil. Não temos o devido apoio, e ficamos a mercê de testes. Quem não se produz, hoje em dia, está lascado. Graças a Deus, tenho o suporte da minha família. Agradeço todos os dias.
Qual está sendo o maior desafio em fazer A Serpente?
Fazer Nelson Rodrigues, nosso maior dramaturgo, é um desafio para qualquer ator, até os mais experientes. Imagina para mim? Tenho me dedicado muito a essa obra e a essa personagem.
E como está sendo fazer um personagem de Nelson Rodrigues?
Para fazer Nelson, o ator deve estar muito disponível, ou então é melhor nem chegar perto. Ele mexe com energias fortes e densas, mexe na ferida da alma. É visceral, muitas vezes saímos do ensaio mexidos por dentro – não só eu, como todo o elenco também. Mas vale a pena porque é isso, teatro se trata disso. Entrega, suor, cumplicidade…. E ainda mais que a personagem que interpreto, tem as características totalmente opostas às minhas.
Até esse momento, qual foi o ponto mais importante da sua carreira?
Acho que o que estou vivendo hoje. Tenho uma obra-prima na qual faço parte não só como ator, mas como produtor também. Contraceno com atores excelentes. Minha namorada Laís Pinho, Maytê Piragibe, Tom Moreis (que produz a peça junto comigo), Indira Nascimento… Direção de pulso firme da excelente diretora Nadia Bambirra, que era o que precisávamos para essa obra. E ainda por cima fazer parte desse marco que são os dois teatros que inauguram aqui na Barra, do ator e diretor Wolf Maya, no Freeway. Ele está em cartaz na sala 1 com “33 variações”, junto com a nossa diva Nathalia Timberg. E nós entraremos em cartaz logo na sala 2, dia 12. Então acho que definitivamente vivo o ponto mais importante da minha carreira.
Que conselho daria para aqueles que querem seguir o teatro como profissão?
Desistam…. Desistam antes que seja tarde demais (risos). O meu conselho é esse, faça o que ama e fará bem. Se tem vocação, vai em frente. Ninguém no mundo pode dizer o que você não pode ser, a não ser você mesmo.
Você é morador da Barra/Recreio há muito tempo? O que mais gosta no Bairro?
Gosto das amizades que construí. Dos laços que formei. E adoro o fato de que, pela primeira vez, estou ensaiando uma peça perto de casa. Então está sendo tudo uma maravilha.
Acha que existem boas opções para os fãs de teatro por aqui (tanto para os que querem ver peças quanto para os que querem entrar na profissão)?
Essa é fácil. Teatro Nathalia Timberg no Shopping Freeway. Sala 1 e 2, com os espetáculos “33 Variações” e “A Serpente”. Acreditem, esse é o novo polo cultural da Barra.
Serviço
Estreia: 12 de fevereiro de 2016
Temporada: 12/02 a 03/04
Dias: sextas, sábados e domingos
Horários: sexta e sábado às 23h50min e domingo às 21h30
Local: Teatro Nathalinha – Freeway Center
Endereço: Av. das Américas, 2000 – Barra da Tijuca – Informações: (21) 3388-5864
Capacidade: 60 lugares
Duração: 70 min.
Classificação: 16 anos
Preço: R$ 50,00 (Inteira) – R$ 25,00 (Meia entrada)
Gênero: Tragédia