Passados alguns dias após o espetáculo de Lady Gaga em Copacabana, ainda é difícil não sentir o êxtase que o show causou em quem curtiu a apresentação.
Foi realmente um verdadeiro espetáculo! Ela cantou os principais hits da carreira, cantou também músicas do novo álbum, “Mayhem”, fez declarações de amor ao Brasil, tudo isso em uma verdadeira ópera, com começo, meio e fim. Fica até difícil fazer algum tipo de análise severa ou crítica ao evento.
A cidade do Rio de Janeiro já está acostumada a realizar eventos de grande porte. Temos o Carnaval e o Reveillón, que reúnem milhões de pessoas.
Mas o “Todo Mundo no Rio”, que já podemos dizer que está fixo no calendário da cidade em todo mês de maio, tem suas especificidades. É um evento que é realizado fora da temporada de verão, que não necessariamente vai ter a presença de pessoas que gostam de carnaval e reveillón, e que vai ter um fã-clube gigantesco do artista que vai se apresentar.
Do espetáculo da Madonna para o da Lady Gaga, são notórias as mudanças na estrutura.
O palco da Lady Gaga e a área VIP na frente dele foram maiores que o da Rainha do Pop. Ao final do show de Gaga, houve uma queima de fogos, coisa que não teve em 2024.
De um ano para outro, quem quis ir no último sábado percebeu que teria que chegar muito cedo para pegar um bom lugar, ou então veria o show do telão. O público parecia estar mais disposto. Teve gente que não se importou com isso e quis apenas “sentir a vibe”, mesmo que no “fundão”. Mas quem quis ver a artista em carne e osso, e não através de telas, teve que se esforçar.
Para os próximos anos, a tendência é que o evento cresça cada vez mais. Para isso, a cidade precisa se preparar e os poderes precisam se unir mais, independente de ideologias políticas. O metrô, por exemplo, que é de responsabilidade do Governo do Estado, precisa ser expandido para várias regiões da região metropolitana.
Esse é o principal meio de chegada e saída do público, mas essa expansão ainda pode levar anos para se concretizar. Os ônibus e os BRTs, que são de responsabilidade da Prefeitura, precisam estar circulando em maior número e com veículos novos, com ar condicionado funcionando.
A segurança também precisa ser mais reforçada ainda. A Polícia Civil conseguiu interceptar um grupo que estava planejando um atentado durante o show, e se algo desse tipo acontecesse, a repercussão seria muito negativa e poderia colocar em cheque a credibilidade do evento.
O investimento em eventos deste porte está cada vez maior e o retorno financeiro é significativo. O turismo é parte do DNA da cidade e o “Todo Mundo no Rio” só veio para incrementar esta vertente. Com os sucessos dos espetáculos de Madonna e Lady Gaga, outros artistas vão se interessar em ter este marco em suas carreiras.
Fica a torcida para que o Rio de Janeiro possa ser, talvez, o principal destino dos mega shows. Ramon Odriguez é jornalista formado pelo Centro Universitário UniCarioca e produz conteúdo para a Internet.
É autor do livro “A Armada Histórica” e atualmente tem seu próprio canal no YouTube, o Canal Ramon Odriguez.
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