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Carnaval 2026: Grupo Especial das escolas de samba do Rio de Janeiro não terá carnavalescas em 2026

O carnaval do Rio de Janeiro é uma das festas mais rentáveis e democráticas do mundo. Segundo dados da Prefeitura do Rio, era esperado que, em 2025, R$5,7 bilhões fossem movimentados na cidade durante o período. Após a folia, a RioTur informou que mais de 8 milhões de pessoas brincaram nos blocos e no Sambódromo. E isso é de extrema importância para a cidade e para o Brasil. Investir nestes grandes eventos traz retorno financeiro e gera empregos.

Falando na Passarela do Samba, os desfiles das escolas, principalmente do Grupo Especial, atraem quase todos os holofotes para as apresentações das comunidades e para a diversidade que há em cada uma delas. Os carnavalescos são parte essencial da competição. Afinal, a concepção das alegorias e das fantasias de um enredo podem fazer a escola gabaritar ou perder pontos em quesitos importantes.

Mas para 2026, “diversidade” talvez não seja a palavra correta para ser usada quando olhamos os carnavalescos que vão desenvolver os enredos das agremiações do Grupo Especial em 2026, simplesmente porque não haverá mulheres atuando. Todos são homens. Renato Lage permanece como carnavalesco da Mocidade Independente de Padre Miguel, mas não terá mais sua parceira de trabalho e de vida, Marcia, que faleceu em janeiro. Rosa Magalhães, a “professora”, partiu em 2024, e Maria Augusta Rodrigues, outra que deixou seu nome na história, assinou seu último enredo em 1993.

É claro que as pessoas devem ser contratadas primeiramente por suas capacidades, e não apenas por serem homens ou mulheres. E é claro também que todos os carnavalescos que vão atuar no Especial para 2026 são muito competentes. Mas a mesma diversidade que é exaltada nos desfiles deveria estar presente neste setor tão importante de uma escola de samba. As mulheres já precisam lutar muito pelo seu espaço em profissões que ainda hoje são tidas como “masculinas”. Será que até para ser carnavalesca de uma escola de samba da elite do carnaval elas vão ter que lutar também?

Talvez a ânsia de renovar com o carnavalesco que já estava na agremiação, que fez um bom trabalho, ou de “pegar” alguém que acabou saindo de outra e ficou “na pista”, fez com que as escolas não olhassem para fora da caixinha. E ao mesmo tempo que impressiona a quantidade de homens neste cenário, impressiona também a ausência quase que total das mulheres. Será que não existem atualmente mulheres talentosas no carnaval para serem carnavalescas? Muito se falou de Annik Salmon, que foi carnavalesca da Arranco do Engenho de Dentro, na Série Ouro. Será que houve proposta para puxá-la para o Especial? Não se sabe. Mas até mesmo dentro do carnaval carioca, parece que ainda é preciso lutar por igualdade de oportunidades.

Por Ramon Odriguez, jornalista formado pelo Centro Universitário UniCarioca e produtor de conteúdo digital. É autor do livro “A Armada Histórica” e tem seu próprio canal no YouTube, o Canal Ramon Odriguez.
Redes sociais: @ramonodriguez

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