Carolina Pavanelli hoje é professora de Redação e Língua Portuguesa de um dos mais importantes colégios da região, o Pensi. Quando cresceu, a então atriz mirimdecidiu cursar Cinema. Graduada pela Universidade Federal Fluminense em 2008, logo começou a trabalhar com produção, mas notou que não era exatamente aquilo que gostava de fazer.
Ela começou a sentir saudades dos tempos em que foi monitora, durante a faculdade. Foi aí que apareceu o convite que mudaria os rumos de sua carreira: em 2010 ela foi chamada para ser monitora no Pensi e, desde então, passou a dar aulas na escola.
A transação foi tranquila e acertada. Carolina conta que não se vê longe da Educação e da Literatura. Até porque, desde pequena, esse universo já fazia parte de sua vida. Seu primeiro livro, “Sonhos de Criança”, foi escrito quando tinha apenas dez anos. Na época, para a pequena atriz, a literatura era apenas um hobby.
Qual é a relação do livro com a sua vida pessoal e profissional?
Sou escritora e, por isso, a relação é direta. Livros são uma forma de terapia em todos os sentidos: tanto para ler, pois tenho acesso a outros mundos, quanto escrevendo, pois acabo entendendo mais meus próprios sentimentos ao colocá-los em palavras escritas.
Por que escolheu a Literatura?
Amo trabalhar com a Língua Portuguesa, desvendar significados ocultos por trás das palavras, a capacidade que algumas pessoas têm de colocar sentimentos universais no papel. Ensinar isso, então, é uma delícia.
Hoje, você é bem-sucedida na carreira acadêmica.Mas já houve algum momento em que pensou voltar à telinha?
Não, nunca pensei. Foi uma fase muito gostosa da minha vida, mas que ficou no passado. Não me vejo trabalhando com qualquer coisa que não a Educação e a Literatura.
Podemos dizer que a literatura também é muito interligada às artes cênicas?
Acho que sim. Ambas são formas de arte e se relacionam. Há diversas obras cinematográficas estupendas baseadas em livros…
Acredita que, hoje em dia, com as redes sociais, a leitura está prejudicada?
Pelo contrário. Acho que as redes sociais maximizaram essa habilidade. Nunca se divulgou tanto, nunca se leu tanto. A leitura não se restringe a livros, e as redes sociais dão uma possibilidade única de compartilhar artigos e sugestões. Só acho que isso poderia, de alguma forma, vir acompanhado de um processo de aprendizado do que se lê.
Como vê a relação das novas plataformas de livros com a escrita da juventude?
Sou super a favor de e-books, apesar de ainda estar me acostumando com eles. Tenho uma biblioteca em casa e gosto do livro físico, de marcar as páginas, fazer anotações. Mas, é o futuro, e acho que há muitas vantagens, como poupar espaço. Ainda vejo, por enquanto, os jovens muito ligados ao livro físico e menos aos e-books. Talvez porque ainda não existam muitas publicações em português, e muito embora muitos dominem o inglês, nem todos estão dispostos a ler nessa língua.
Rapidinhas:
Há quanto tempo mora no Recreio?
Moro no eixo Barra-Recreio há dez anos.
Do que mais gosta na região?
Gosto do fato de o Recreio ainda guardar uma tranquilidade que não se encontra mais em outras regiões.
Há quanto tempo você é professora?
Profissionalmente, desde 2010, muito embora dê aulas particulares e monitoria desde 2005.
Onde e quando você cursou a faculdade?
Fiz Comunicação Social, com habilitação em Cinema, na UFF, de 2005 a 2008.
Realiza algum projeto de incentivo à leitura com os seus alunos?
Sempre indico livros e leituras diversas para eles.
Acredita que a região tenha bons atrativos literários?
Infelizmente, não. Falta na Zona Oeste como um todo aquela cultura da Zona Sul, de andar pelas ruas. Aqui, temos avenidas largas e super modernas, mas que impedem essa prática.
Conhece e recomenda algum sebo na região?
Eu mesma não conheço sebos por aqui. Há as grandes livrarias de shoppings, mas não creio que haja tanto espaço para outras práticas de leitura.